É Bom Fazer Poesia da Vida


Contando, ninguém acredita...
Cantando, talvez, afinal...
Falando, a verdade é dita...
Declamando, é todo sinal...

Quem pode impedir os versos?
Não há como segurá-lo, até...
São traços que movem moinho
são versos que andam a pé.

As marchas que foram rimadas
As dores que falam por si
ganham tempo e espaço e são aprimoradas
avançam seguras por tudo que há de vir.

Os poemas são vidas que brotam na gente
são declames enxutos de como se vê a vida
nascem, crescem, aparecem num jeito inteligente
seguem, vão em frente, colorindo as rotas da lida.

Andam, e muitas vezes correm sem pressas
voam, e muitas vezes, nos céus, desaparecem no além
mas, é certo que por onde passam, são pregressas
e, num rasto longínquo à visão, se vão e nos deixam o bem.

É bom ser poeta, não importa se não somos o melhor,
a delícia que nos traz a paz à alma sedenta
é de nos ver encantado, caminhando como sonhador-mor
numa terra de poetas que, tristezas, só poesia acalenta.

Nesta caminhada sem fim, por esta trilha de música
a cantoria rimada se torna o melhor alento a ter
e, com os versos em mim, a luz que brilha é lúdica
toda autoria amada, mostra-se um provento de ser
um doce jeito de, na vida, se merecer.
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