.
.
MINHA PRIMEIRA FAMÍLIA E VIDA
Meu tempo chegou e eu nasci, lá estava eu nascendo pra viver aqui
Num suspiro, eu trouxe alegrias e esperanças, trazia para mim, as primeiras lembranças
Colhia nos braços carinhosos da mãe e do pai, o prazer do primeiro filho que vem, que vai
o primeiro filho que trouxe e que leva, uma nova história que brota e já seva
que já tem tudo pra ser mais, ir além, fazer diferença, se incomodar, de ir atrás.
Meu tempo chegou e eu a perceber, o mundo estava todo preparado para me receber
e me recebeu, corpo e alma atendido, ambientes propícios para me sentir crescido
pai e mãe e seus braços carinhosos, tudo e todos com seus abraços engenhosos
e minha vida se materializou, conceitos, princípios, crenças e sonhos, tudo concretizou
e o universo, como um todo, tem conspirado, meus olhos e visões tem emoldurado
sou um no todo, e o todo se arruma para mim, e o viver se faz, e eu me cumpro assim.
Minha primeira família, meus pais, minha gente primeira, minha existência costumeira
E, aqui, estou eu, nada em mim e no meu mundo pereceu, sou o que sou, no que é meu.
(28Jul2018)
.
.
(Ford Prefect 1947)
CATUCICABA A MINHA RUA
Catu é o lindo, belo, agradável aos olhos de quem chega e vê
Cicaba é o lugar, o território onde tudo acontece na vida de quem chega a ser.
Neste ambiente de rua e tudo, neste recanto onde, me lembro, cresci
Catucicaba em seu nome, lugar e belo é o pronome, o filme de tudo que assisti.
Na esquina, um quiosque de um velho, amigo, vendendo doce de bananas e tudo mais
anos depois uma venda com uma "avenida" de casetas para aluguel, logo atrás.
A casa de Durval, Gude, Durvalina e o filho, com cocadas de coco e biscoitos de goma
que anos depois, derrubada, era um terreno com cerca e o mato que o toma.
Depois, a minha casa que era uma, reconstruiu outra, todo o centro do mundo
meu canto feliz, que sozinho e aprendiz, me fazia gente, no fundo, no fundo.
(15Ago2018)
.
O PRIMEIRO CARRO
Do que me lembro, na porta de casa um carro, um primeiro carro da família
um calhambeque, ou uma forbica, mas na verdade um Prefect, instalado como mobília.
Na porta, ou no terreno ao lado, o carango ostentava quase vinte anos de serviço
pouco tempo nas mãos da família, mas um grande começo, pra todos, um lindo viço.
Preto, bem conservado, parece-me que pegava na manivela, numa primeira rodada
e ali, naquele canto dele, trazia a poesia que meus pais pareciam querer de uma fada.
Era o primeiro carro, parecia um prêmio que chegou por tempo de serviço pesado
minha mãe correndo para um supermercado, meu pai correndo vendedor, por outro lado.
Ele na porta, pronto para sair e passear com a família, a todos, dando esperanças
sempre na porta, chamando sortes e avanços, sempre na porta trazendo mudanças.
(29Ago2018)
.
.
.
.
.
.
.
.